Prazos irreais e processos manuais de testes são citados como fatores que levam à baixa qualidade do software, diz um novo relatório do fornecedor de software Diffblue.
Lance Witney para o TechRepublic em 17/12/2019
Sempre que encontrar algo interessante sobre desenvolvimento de software em inglês vou traduzir aqui para comentarmos e discutirmos um pouco sobre o assunto. Desta vez vamos falar um pouco sobre a pressão para sacrificar a qualidade do código.
Desenvolvedores de aplicativos enfrentam inúmeros desafios na criação do software. Espera-se que seus programas sejam limpos e enxutos, relativamente livres de bugs e prontos a tempo de cumprir os prazos.
Mas essas diferentes expectativas geralmente entram em conflito, resultando em um software empacotado antes que esteja totalmente pronto, transformando usuários em testadores beta de programas “bugados”. Lançado na última quarta-feira (11/12), um relatório da Diffblue mostra algumas das dificuldades que os desenvolvedores enfrentam.
Questionados sobre quais fatores contribuem para a baixa qualidade do software, 40% dos 300 desenvolvedores pesquisados nos EUA e no Reino Unido citaram cronogramas irrealistas e 40% atribuíram a culpa aos processos manuais de teste.
Achei que estes países fossem mais conscientes com relação a cronogramas de projetos de software… Parece que não é só no Brasil que temos cronogramas de faz de conta…
As organizações geralmente definem metas de cobertura de código de teste para os desenvolvedores, o que exige que eles criem testes unitários para garantir a qualidade de seu software. A meta de cobertura média do código é de 63%, de acordo com a pesquisa. Mas 48% dos entrevistados admitiram que acham difícil atingir até esse nível de cobertura.
Taí algo diferente daqui… Aqui a maioria não utiliza testes automatizados, quanto mais codificar testes unitários
A maioria dos desenvolvedores pesquisados concordou que os testes unitários melhoram a qualidade do software e aceleram a manutenção do código. Mas, para atingir suas metas de cobertura, eles devem gastar 35% do tempo escrevendo testes e 20% deste tempo total só escrevendo testes unitários, tempo que poderia ser melhor gasto em outras tarefas de codificação.
Além de cumprir suas metas de cobertura de código de teste, os desenvolvedores também disseram que sentem pressão para entregar novo código de produção, que consome 29% do tempo.
Ou seja, existe uma pressão para sacrificar a qualidade do código e acelerar as entregas… no texto original está “developers also said they feel pressure to deliver new production code”, então provavelmente esta pressão não é diretamente feita ao desenvolvedor, a pressão é do ambiente, do clima do projeto – na minha opinião o pior jeito
Para atingir todas essas expectativas, 42% dos desenvolvedores reconheceram que deixaram de escrever testes unitários para concentrar seu tempo e esforços no desenvolvimento de novos recursos. Além disso, dois terços dos desenvolvedores disseram que a configuração dos testes unitários é chata, enquanto mais de um terço disseram que gostariam de não ter que escrever testes unitários.
82% dos entrevistados disseram que preferem dedicar tempo a atividades mais criativas, como o desenvolvimento de novos recursos dos produtos. Questionados sobre quais tarefas eles gostariam de ver automatizados, 73% citaram o rastreamento de bugs e 70% apontaram para a realização de testes unitários.
“Pedir às equipes de desenvolvimento para entregar software tipo exportação sem dar o suporte necessário é pedir que elas errem e se desmotivem”, disse o CEO da Diffblue, Mathew Lodge, em um comunicado à imprensa.
Exigir qualidade sem contrapartida – seja em tempo, ferramenta e até mesmo programadores mais qualificados – também é uma prática comum em terras tupiniquins
“A criação de código de qualidade não deve depender de desenvolvedores escreverem centenas ou milhares de testes não intuitivos e desinteressantes. Quando tarefas robóticas podem ser atribuídas a máquinas, e elas devem – não apenas para manter uma força de trabalho mais satisfeita e eficaz em um momento em que os melhores talentos são difíceis de encontrar, mas também para melhorar a qualidade do código que eles criam “, disse Lodge.
Patrocinado pela Diffblue e conduzido pela Vanson Bourne, a pesquisa on-line colheu respostas de 300 pessoas (200 nos EUA e 100 no Reino Unido). Todos os entrevistados trabalham no desenvolvimento de software, desenvolvimento de aplicativos e DevOps em funções de nível subexecutivo em empresas com pelo menos 500 funcionários.
Não acho que o contingente de 300 desenvolvedores seja suficiente para chegar a alguma conclusão do mercado americano ou inglês, mas é mais que suficiente para dizer que a pressão para sacrificar a qualidade do código não é exclusividade dos brasileiros, ou seja, não é culpa do nosso “amadorismo” no desenvolvimento de software.
O artigo original em inglês você pode ler aqui: Software developers say they feel pressure to sacrifice code quality to meet deadlines.
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