O MSX é um padrão de computadores criado na década de 1980 e foi com um deles que aprendi a programar.
Esta arquitetura de computadores foi criada no Japão em 1983 e definia um padrão para as fabricantes de hardware, assim como o padrão PC (predominante hoje).
O Que Significa MSX?
A origem da sigla MSX é bem confusa. Já foi divulgado como Machine with Software eXchangeability. Em outra ocasião, como Matsushita Sony X-power (pois a Matsushita – dona das marcas National e Panasonic – e a Sony eram as principais fabricantes).
Ainda diz a lenda que MSX significa MicroSoft eXtended, pois a Microsoft participou de seu desenvolvimento.
Um Pouco Da História Do MSX
O padrão MSX foi desenvolvido por Kazuhiko Nishi, vice presidente da ASCII Corporation, empresa japonesa que representou a Microsoft em território nipônico até 1986.
Com o MSX, várias empresas poderiam fabricar seus computadores e manter um mínimo de compatibilidade entre eles. Apesar do padrão, era possível adicionar recursos novos para se diferenciar da concorrência.
Ele é baseado no microprocessador Z-80A (Zilog) de 8 bits, com velocidade de clock de 3,58Mhz. Tinha também um processador de vídeo (Texa Instruments TMS9918), áudio (General Instruments AY-3-8910) e outro para controlar periféricos (Intel 8255A – PPI). A memória de vídeo era independente e tinha enormes 16KB – pra você ter uma ideia, estou escrevendo este texto em um notebook com placa de vídeo de 2GB!
Da Microsoft vieram a BIOS, o interpretador BASIC (MSX-BASIC, gravado na ROM) e o MSX-DOS 1.
O MSX teve 4 gerações:
- MSX 1 (1983) possuía uma paleta com 16 cores
- MSX 2 (1986) possuía uma paleta com 512 cores
- MSX 2+ (1988) possuía uma paleta com 19268 cores
- MSX Turbo-R (1990) possuía uma paleta com 19268 cores
Uma nova geração estava no planejamento, mas o projeto foi cancelado pois a Panasonic (única a ainda fabricar os equipamentos) deixou a plataforma para lançar o vídeo game 3DO (um dos primeiros a utilizar CD como mídia).
Eu cheguei a brincar com o 3DO, mas apesar de alguns jogos bons o console não durou muito tempo…
Voltando ao MSX, Bill Gates conta um pouco da história desta parceria da Microsoft em um dos capítulos de seu livro A Estrada do Futuro, escrita em 1997.
MSX No Brasil
Aqui no Brasil o MSX desembarcou em 1985, com o HotBit HB-8000 da Sharp. Ele contava com gabinete integrado ao gabinete e a versão 1.1 do sistema.
Logo em seguida veio o Expert XP-800 da Gradiente. Ele tinha o teclado separado do gabinete. Vários periféricos foram lançados para ele, como joysticks, gravador de fita cassete, monitor monocromático e um modem.
Foi este modelo que vi pela primeira vez na casa do meu primo. Ele tinha vários joguinhos em fitas cassetes e para carregar o jogo na memória do computador era preciso digitar um comando no micro, apertar o “play” do toca fitas e esperar até que o trecho do programa fosse “tocado”. Nesta época os toca-fitas vinham com um contador mecânico e era através dele que sabíamos onde estava gravado determinado programa dentro da fita cassete.
Em 1989 a Gradiente lançou o Expert Plus, na cor preta. Neste mesmo ano foi lançado também o Expert DD Plus, que vinha com um drive de disquete de 3 1/2 embutido em seu gabinete.
O modelo que eu tive foi o Expert Plus. Meu pai o comprou junto com um drive externo de disquetes de 5 1/4. Que avanço utilizar disquetes ao invés de fitas cassetes!
Na verdade meu pai comprou o computador porque meu irmão só queria saber de jogar os games que víamos na casa do meu primo. Os games de MSX eram muito mais avançados que os videogames da época (o que tinha aqui era Atari, Odyssey e Intelivision). E foi justamente por conta da qualidade desses jogos é que o padrão MSX fez muito sucesso no mundo, exceto nos Estados Unidos e Inglaterra.
Konami, Compile e Hudson Soft eram algumas das empresas que produziam jogos para o MSX. Lembro de até um brasileiro, o Amazônia, no estilo adventure em texto. Você sabia que a franquia Metal Gear começou no MSX?
Aqui no Brasil ficamos no MSX 1 mesmo. Foram lançados alguns kits de transformação, mas nenhum MSX 2 de fábrica. Lembro também de várias publicações (revistas e livros) especializados em MSX que comprei na época. Inclusive livros de programação, comprados depois de “devorar” os guias de programação que vieram junto com o Expert.
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Bora aprender a programar!
Fonte de todas as imagens deste post: Msx.org
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