O movimento ágil trouxe uma visão diferente ao que vinha sendo empregado na indústria de desenvolvimento de softwares até então.
Nesse artigo eu vou te mostrar uma das metodologias ágeis mais populares que surgiram deste movimento.
Vamos conversar sobre o que é eXtreme Programming.
O Que É eXtreme Programming
eXtreme Programming, mais conhecido como XP, é uma metodologia ágil que surgiu “oficialmente” em 1996.
A primeira vez que escutei o nome eXtreme Programming foi lá pelos idos de 2002.
Já estava trabalhando profissionalmente como programador mais de um ano e minha cabeça explodiu quando vi o que a metodologia trazia como processo de desenvolvimento de software.
Mas antes de dizer o que é eXtreme Programming,
Um Pouco De História
Kent Beck e Ward Cunningham trabalharam na Tektronixs, Inc. E durante este período reuniram princípios e boas práticas de programação.
Até que em 1996, Kent Beck foi chamado na Chrysler para analisar o desempenho de um projeto chamado C3, que era um sistema de controle de folha de pagamento para os mais de 86 mil funcionários da empresa.
O projeto não estava andando conforme o esperado e Beck deu 3 opções para a Chrysler:
- Deixar do jeito que estava
- Cancelar o projeto e demitir todos os envolvidos
- Dar uma semana de folga para a equipe e começar tudo do zero.
A empresa optou pela última opção e contratou Beck para tocar o projeto.
Foi a oportunidade que Beck teve para aplicar de forma coesa todos os princípios e boas práticas de programação reunidas durante os anos trabalhados Tektronixs, que viria a ser conhecida como eXtreme Programming.
Metáfora
Certa vez escutei uma metáfora para explicar o que é eXtreme Programming.
O exemplo era tão bom em explicar o conceito de XP que nunca mais esqueci.
O que o eXtreme Programming prega não é nada novo. São melhores práticas que todos nós já vimos.
Mas imagine que temos um painel com vários seletores, cada um representando uma melhor prática no processo de desenvolvimento de software.
Um deles representaria a liberação do release, ou versão, do software curta, outro seria o cliente perto da equipe de desenvolvimento e assim por diante.
Num processo de software típico estes seletores estariam em vários valores médios.
E o XP faz o que? Gira todos estes seletores para os extremos, seja no mínimo ou no máximo. Daí o seu nome.
Valores Do eXtreme Programming
O eXtreme Programming possui 5 valores fundamentais: comunicação, simplicidade, feedback, coragem e respeito.
Boas Práticas Do eXtreme Programming
Para aplicar os valores e princípios durante o desenvolvimento de software, XP propõe uma série de práticas.
Há uma confiança muito grande na sinergia entre elas, onde os pontos fracos de cada uma são superados pelos pontos fortes de outras.
Jogo de Planejamento (Planning Game): O desenvolvimento é feito em interações semanais. E a cada interação é feito o jogo do planejamento, onde é definido o escopo da interação, bem como a priorização de funcionalidades e estimativas.
Fases pequenas (Small Releases): Liberação de pequenas versões funcionais do projeto. No caso do XP, semanais.
Metáfora (Metaphor): Procura facilitar a comunicação com o cliente. É a utilização de estórias para ilustrar regras de negócio do cliente.
Design Simples (Simple Design): Simplicidade é um princípio da XP. Como diz aquele famoso acrônimo: KISS (Keep It Simple, Stupid).
Testes de Aceitação (Customer Tests): São testes construídos pelo cliente em conjunto de analistas e testadores, para aceite de um determinado requisito do sistema.
Ritmo Sustentável (Sustainable Pace): Trabalhar com qualidade, buscando ter ritmo de trabalho saudável, sem horas extras.
Propriedade Coletiva (Collective Ownership): O código fonte não tem dono e ninguém precisa solicitar permissão para poder modificar o mesmo.
Programação em Pares (Pair Programming): é a programação em par/dupla num único computador.
Padronização do Código (Coding Standards): A equipe de desenvolvimento precisa estabelecer regras para programar e todos devem seguir estas regras.
Desenvolvimento Orientado a Testes (Test Driven Development): Primeiro crie os testes unitários e depois crie o código para que os testes funcionem.
Refatoração (Refactoring): É um processo que permite a melhoria contínua da programação e já conversamos sobre isso aqui. (https://youtu.be/XsNHbPAJHlA)
Integração contínua (Continuous Integration): Sempre que produzir uma nova funcionalidade, nunca esperar uma semana para integrar à versão atual do sistema. Integrar de forma contínua permite saber o status real da programação.
Palavras Finais
Hoje em dia os métodos ágeis são amplamente usados no desenvolvimento de software.
Quando eu conheci XP, já achei uma ótima maneira de combater o peso das metodologias vigentes como o Waterfall.
Porém na época a chefia torcia o nariz só de ouvir em diminuir a documentação de um projeto. Se escutasse sobre um fluxo de trabalho “puxado” (como o Kanban no Scrum) então, era quase enfarte. Bom, detalhes desta história ficarão para um próximo bate papo se você comentar aqui embaixo que este assunto te interessa.
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