Já se perguntou como os computadores evoluíram daquelas máquinas enormes, que ocupavam uma sala inteira e liam cartões perfurados, aos computadores de tubo brancos, que tinham uma interface simplista toda em preto e branco, e, enfim, chegaram à ampla gama de cores e funções que temos hoje? A linguagem Clipper faz parte dessa história.
Conforme surgiram novas capacidades computacionais de hardware, as máquinas antigas passaram a ter mais memória processual em seu sistema. Isso possibilitou que a leitura de código binário fosse feita de maneira interna, e não externa.
Dessa forma, ficou possível expressar comandos por forma de códigos mais complexos do que apenas a combinação dos números 0 e 1, ou seus respectivos cartões perfurados. Assim, surgiram as linguagens de programação.
xBase e Clipper – origem dos computadores que conhecemos hoje
Se você já viu um computador antigo, datado de 1981 até 1995, mais ou menos, provavelmente já se deparou com a interface do DOS, sistema operacional em disco.
O DOS era um sistema de operações básicas, com uma interface simples, que executava tarefas com base de uma input de comandos. Digitar um comando acionava uma função primária, e era dessa forma que os computadores funcionavam.
Dessa forma, o DOS só funcionava executando funções compiladas dentro de seu próprio sistema a partir de uma database. No caso, a xBase, criada em 1984, era uma dessas bibliotecas, e Clipper era seu compilador.
Em suma, o Clipper era responsável por coletar dados de sua respectiva database e executar funções. Ao contrário de outros programas da época, ele não trabalhava diretamente no DOS, mas sim como um aplicativo independente. Isso possibilitava mais agilidade nos processos e o desenvolvimento de uma interface própria.
Dessa forma, o Clipper e o xBase eram muito utilizados para compilar, organizar e categorizar dados como controle de estoque, de pessoal, calendários e tabelas.
Além disso, graças à sua agilidade e capacidade de funcionar como um aplicativo independente, muitos programas para bancos foram desenvolvidos utilizando essa combinação.
O Clipper na atualidade
Apesar de sua eficiência, o Clipper era uma linguagem desenvolvida para o uso de uma forma primária de software. Dessa forma, seu estilo de sintaxe e sua interface não se adaptaram muito bem ao desenvolvimento de novas tecnologias.
Quando o Windows substituiu o MS-DOS como principal sistema operacional da Microsoft, sua interface se adaptou melhor a linguagens e compiladores como Delphi, Visual Basic e Powerbuilder, e, embora parte do código MS-DOS, e, por conseguinte, do Clipper, tenham persistido até cerca de 2015 em uso em alguns sistemas operacionais, comercialmente falando, suas funções eram pouco significativas.
Atualmente, com novos desenvolvedores como AlaskaSoftware, e projetos como xHarbour trabalhando com uma nova versão da xBase, a linguagem Clipper vem ganhando novo uso como um compilador que aceita bibliotecas amplas e aceita mais extensões.
Embora o uso de databases locais tenha caído em desuso com a capacidade de conexão que a tecnologia proporcionou, o novo Clipper trabalha para explorar os pontos positivos de sua estrutura, e, talvez, seu uso volte a ser uma vantagem ao fim desse projeto.
Por ora, podemos dizer que, sem o Clipper e suas databases em disco, não teríamos desenvolvido as tecnologias que temos hoje.
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