O grande desafio dos programadores ao criar uma skill para Alexa é quebrar o paradigma da tela.
Nesse vídeo eu vou te mostrar que não devemos tratar a Alexa como um leitor de tela ao criar nossas skills.
Vamos conversar sobre técnicas que podemos utilizar para nossa skill conversar naturalmente com o usuário.
Sua Skill Deve Conversar Naturalmente
Nós desenvolvedores estamos há décadas criando software para o mesmo meio de interação com o usuário: a tela.
No início o modo de comunicação era o monitor dos computadores. Mais recentemente, passamos para a telinha dos celulares inteligentes, os smartphones.
Mas agora com a Alexa mudamos radicalmente este meio para a voz.
Então princípios que utilizamos para desenvolver softwares para telas simplesmente não se aplicam a interfaces de voz.
Este paradigma precisa ser quebrado na sua cabeça de desenvolvedor para tela.
Só assim você vai conseguir entender 2 coisas:
- A experiencia de voz é como uma conversa
- A arquitetura de uma skill é muito mais simples que você imagina.
Características De Uma Experiencia Personalizada
Mas o que faz de uma experiencia de voz uma experiencia personalizada? O que faz nossa skill conversar naturalmente?
- Responda a qualquer pergunta apenas uma vez
- As preferências devem se tornar padrões
- O contexto é mantido durante toda a sessão
- A linguagem deve parecer natural
- Os usuários sentem que sua experiência é única
E para implementar essas características em sua skill, considere focar nestas três áreas: memória, variedade e localização.
Memória
Cabe a você como desenvolvedor manter a memória de curto e/ou longo prazo conforme necessário.
Ao longo de uma conversa real, captamos coisas da outra pessoa e armazenamos essas coisas em nossa memória de curto prazo.
Os atributos de sessão são uma ótima maneira de criar um senso de estado semelhante em uma única sessão da skill.
Mas independente do contexto da conversa, os atributos de sessão desaparecem quando a sessão é fechada.
Atributos persistentes, por outro lado, permitem que você recupere informações em sessões subsequentes.
Podemos usar o Amazon S3 ou o Amazon DynamoDB para skills do tipo Alexa Hosted ou qualquer outro meio de gravar dados.
Atributos persistentes são uma ótima maneira de armazenar as preferências do usuário ou progresso e conquistas em um jogo.
Variedade
Um dos fundamentos da conversa humana é como criamos naturalmente variantes para expressar a mesma coisa.
É esse fluxo dinâmico de linguagem que torna divertido e envolvente conversar com as pessoas.
Podemos conseguir isso em nossas skills com: randomização, contextualização e adaptação de linguagem.
Experimente utilizar várias mensagens de erro diferentes para a mesma situação, pois ouvir a mesma mensagem de erro genérica várias vezes seguidas é uma maneira de deixar os usuários sentindo que sua skill não os está entendendo.
Engraçado que em todos os sistemas web que trabalhei na vida o objetivo era o contrário: padronização de mensagens de erro.
Localização
Alexa está atualmente disponível em vários locais, então pense globalmente!
Uma prática recomendada é desacoplar seu diálogo do código do handler e aproveitar bibliotecas externas para fazer a seleção de strings para você com base na localidade de um usuário.
Mesmo se você estiver apenas enviando em sua região local para começar, isso ajudará a proteger sua arquitetura no futuro se você decidir adotar mais idiomas lá na frente.
Mas localização não significa apenas tradução literal.
A linguagem é cultural.
Localizar sua skill é entender a maneira como as pessoas falam em cada região.
E já conversamos sobre isso em outra ocasião (https://youtu.be/bFVA6XccPdg).
Palavras Finais
Muita das coisas que fazemos quando criamos um sistema com interface gráfica (GUI) devemos inverter quando criamos uma skill.
Se utilizarmos as mesmas técnicas utilizadas nos sistemas para tela, nossa experiencia de voz fica artificial, sem vida. Pois nossa skill precisa conversar naturalmente com o usuário.
Quer conversar mais sobre o paradigma da interface de voz? Aprofundar um pouco o assunto design de voz? Comenta aí embaixo!
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